Diário da Rússia

Andrey Budaev

Os veteranos da Grande Guerra Patriótica (1941-1945)

Ninguém é esquecido, nada é esquecido

Em 9 de maio de 2013, na Rússia e em todo o mundo civilizado, comemora-se o 68.° aniversário da Vitória sobre o fascismo. No calendário russo de datas memoráveis, esse dia ocupa um lugar especial, porque ainda atualmente não podemos encontrar em todo o país uma única família que não tenha perdido parentes e seres queridos. A dolorosa prova, que caiu sobre a população da União Soviética, revelou a grandiosidade do espírito humano e manifestou numerosos exemplos de heroísmo pessoal e verdadeiro patriotismo. Por esta razão a guerra é chamada na nossa História da Grande Guerra Patriótica.

Durante estas festas, por tradição, são expressados os sentimentos especiais de respeito, amor e agradecimento em relação a todos os veteranos participantes da guerra e trabalhadores da retaguarda. Graças ao seu heroísmo, abnegação e autossacrifício foi possível não apenas resistir, mas vencer aquela guerra sangrenta e terrível. Graças a sua firmeza e disposição de perder suas vidas e saúde em prol da vitória, a humanidade foi salva da peste do fascismo e ganhou o direito para o futuro. Gerações jovens receberam uma chance de nascer, viver e criar.

A celebração dessa data tem uma significância simbólica para o Estado e também para seus cidadãos. Como nunca em sua História, naqueles dramáticos anos da guerra, os destinos do nosso grande país e do nosso povo tornaram-se mais entrelaçados. Para muitos, especialmente os veteranos, é um dia pessoalmente sagrado, mas os veteranos, infelizmente, estão nos deixando. Entre os veteranos, além das pessoas que participavam diretamente em combates na frente, existem também aqueles que davam serviço em territórios não ocupados pelo inimigo, trabalhavam em fábricas, fazendas agrícolas, institutos científicos e laboratórios, criando a produção e tecnologias necessárias sob o lema geral: “Tudo para a frente, tudo para a vitória!” Por conta da unidade dos esforços, da vontade comum, foi possível sustentar e vencer nessa guerra horrível e violenta.

O registro dos veteranos da Grande Guerra Patriótica de 1941-1945 que ainda estão vivos está sendo realizado hoje por várias organizações estatais e sociais. Contudo, infelizmente, não há números exatos, e os dados das organizações divergem.

De acordo com a estatística do Conselho Coordenador da Comunidade de Organizações de Veteranos dos Estados Independentes, hoje por volta de um milhão de veteranos da Grande Guerra Patriótica moram no território da antiga União Soviética, inclusive no território da Rússia – cerca de 400 mil. Mas há 10 anos eram 6 milhões. O tempo está correndo depressa, é lamentável que cerca de 15% de veteranos nos deixem a cada ano. Segundo os dados do governo de Moscou, por volta de 200 mil veteranos eram residentes na nossa capital no ano passado, e entre eles havia apenas 37 mil pessoas que participaram em ações de combate.

O governo federal, regional e municipal da Federação da Rússia está fazendo todo o possível a fim de aliviar e atenuar a vida dos veteranos. Nesta ação honrosa as entidades oficiais são apoiadas por uma série de organizações e associações sociais e voluntários. Os veteranos gozam, de forma merecida, de vários privilégios e benefícios, inclusive o recebimento gratuito de apartamentos e casas, a compra de remédios e alimentos com descontos especiais, embora isso não seja suficiente: os veteranos precisam muito de ajuda, atenção humana e carinho, apoio moral de todas as pessoas. Isso os ajuda a viver, criar, participar na educação de novas gerações e na conservação de valores fundamentais da vida.   

A celebração de mais um aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica é motivo importante e significativo para expressar alto respeito e agradecimento a todos os nossos veteranos. Mas é importante que a manifestação destes sentimentos e a prestação de assistência real e concreta aconteçam sempre, e não somente nos dias das festas. Esse objetivo ganha uma importância especial do ponto de vista de conservação da nossa memória e educação patriótica das gerações jovens.

Oxalá vivam na memória eterna aqueles que pereceram defendendo a Pátria contra a praga do século 20, aqueles que morreram das feridas da guerra, nas prisões ou nas cidades sitiadas. Oxalá perdurem para sempre as lições que a comunidade mundial aprendeu dos eventos trágicos da Segunda Guerra Mundial, para que nunca se repitam no futuro.

Vale a pena mencionar que no dia 8 de maio, no Rio de Janeiro, também se celebra o Dia da Vitória sobre o fascismo. Desde 1942, 25 mil oficiais e soldados brasileiros participaram na coligação anti-hitlerista e combateram na Itália. Aproximadamente dois mil deles não conseguiram voltar para casa, perecendo nos campos de batalha. É triste que somente algumas centenas de veteranos brasileiros estejam vivos até agora. A cada ano, junto ao Monumento Nacional aos Mortos na Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo, realiza-se por tradição no dia 8 de maio a cerimônia solene com a participação dos veteranos brasileiros, representantes das autoridades federais e municipais, comandantes de Forças Armadas do Brasil e corpo consular.

Gostaria de parabenizar cordialmente todos os prezados veteranos, entre eles russos e brasileiros, e, pelo Dia da Vitória, expressar-lhes os mais sinceros sentimentos de apreciação e agradecimento, desejar-lhes boa saúde, prosperidade e realização dos planos traçados!

 

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