Visita Presidencial à Rússia
Brasil quer apressar fim da restrição russa à importação da carne brasileira
Resposta a relatório da Rússia deverá ser enviado a Moscou na próxima semana
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Com a viagem da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, para a Rússia em dezembro, o Ministério da Agricultura corre para tentar suspender o embargo parcial daquele país às carnes brasileiras, em vigência desde junho de 2011. A pasta promete enviar, na próxima semana, uma resposta oficial ao relatório produzido pela missão veterinária que visitou 20 propriedades brasileiras em agosto passado. Os documentos estão sendo traduzidos para o russo.
O ofício enviado pela equipe da Rússia detalhou problemas específicos em estabelecimentos, em vez de discriminá-los por estados, como vinha sendo feito. Com as informações em mãos, as empresas já preparam planos de ação que serão entregues ao Ministério para reverter a proibição. Segundo uma fonte do ministério, as reivindicações foram consideradas "razoáveis".
Apesar de o embargo ter atingido os frigoríficos de bovinos, suínos e de aves, as indústrias de carne suína foram as mais afetadas, uma vez que a Rússia era o maior comprador deste produto. Atualmente, estão sob restrições para exportações de carne ao mercado russo empresas frigoríficas do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.
Estas restrições foram impostas pelo Serviço de Controle Veterinário e Fitossanitário da Rússia, em 15 de junho de 2011, sob a alegação de que as empresas brasileiras não atenderam às exigências das autoridades sanitárias russas para a conservação da carne destinada a consumo na Rússia. Os sanitaristas russos chegaram a dizer, oficialmente, que o Brasil exportou para a Rússia carne contaminada com a bactéria E.coli. Em meio ao impasse, setor privado e governo brasileiro têm buscado abrir novos mercados, como os da Ucrânia e de Hong Kong. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior, no primeiro semestre de 2011, antes do embargo, o Brasil exportou US$ 1 bilhão em carnes bovina, suína e de aves para a Rússia, num total de 297 mil toneladas. No semestre seguinte, com as proibições adotadas, as vendas de carne brasileira para a Rússia caíram para US$ 700 milhões, tendo sido exportadas 183 mil toneladas. No primeiro semestre de 2012, as vendas chegaram a US$ 847 milhões, representadas por 233 mil toneladas de carne.
Técnicos do Ministério observaram que, se as vendas se mantivessem no mesmo ritmo do primeiro semestre de 2011, o setor produtor de carne poderia ter vendido US$ 453 milhões a mais do que os valores exportados para a Rússia até a imposição das restrições à importação da carne brasileira. Para liberar as fábricas de carne bovina, o entrave mais complicado está na tuberculose. Segundo a fonte, os russos desinfetam toda a propriedade em que é encontrado um animal doente. No Brasil, o sistema é diferente e o governo pensa numa forma de fazer os russos aceitarem em um "meio-termo".
O segundo ponto é uso da substância ractopamina, um aditivo para engorda do boi. Nesse caso, a resposta dos russos continua a mesma. Nenhuma carne a ser exportada para o país poderá conter traços da substância. O governo vai obrigar os produtores a provar que não usam a substância.