O professor em questões de segurança nacional Tom Nichols, da Academia Naval dos Estados Unidos, publicou um artigo no periódico The National Interest aconselhando o governo norte-americano a reduzir os gastos com os armamentos nucleares do país. Ele acredita que atualmente o país não tem qualquer motivo para investir enormes orçamentos no aumento do seu potencial e que, pelo contrário, dispõem de razões de sobra para economizar estes gastos.
Em primeiro lugar, o professor destaca que o próprio tratado sobre a proibição de testes atômicos já poderia ter servido de motivo para diminuir os investimentos no ramo militar nuclear ainda no momento da sua aprovação pela Assembleia-Geral da ONU, em 1996. Respeitando este documento, os Estados Unidos não promovem testes desde o fim da Guerra Fria e, para que os mesmos sejam retomados, é preciso começar pela ratificação deste acordo.
O professor destaca, em segundo lugar, que a atual ameaça de os Estados Unidos e a OTAN serem atacados por armas nucleares é pouco provável. Nichols afirma que diferente dos tempos da Guerra Fria, quando a supremacia militar da União Soviética na Europa era numerosa e os Estados Unidos tomaram para si o direito de “um primeiro ataque nuclear”, nos dias atuais Washington não assumiu esse direito. Este fato, segundo o professor, é comprovado pelo novo tratado com a Rússia sobre a redução de armas estratégicas ofensivas START-3, assinado em 2010.
Tom Nichols, ainda, aponta para a existência do problema dos armamentos táticos nucleares posicionados na Europa. Segundo ele, os Estado Unidos possuem na Europa um estoque senescente de algumas centenas de ogivas cuja modernização seria extremamente custosa. Por fim, o especialista norte-americano em questões de segurança nacional se diz certo de que os Estados Unidos têm muitos outros problemas que exigem altos investimentos e que poderiam ser supridos por economias inclusive no ramo de armamentos nucelares.