Pelo menos 12 prédios incendiados, centenas de lojas saqueadas, veículos destruídos, explosões, mais de 150 tiros e muito tumulto. Este foi o saldo até agora dos protestos que tomaram conta da cidade de Ferguson, no estado de Missouri, nos Estados Unidos, nesta terça-feira, 25, após a decisão da justiça, na noite anterior, de não processar o policial Darren Wilson que matou o jovem negro Michael Brown no dia 9 de agosto.
A polícia local não está sabendo lidar com as manifestações e conta com o reforço da Swat, da Guarda Nacional e do FBI. Ao menos 29 pessoas, segundo informações oficiais, foram presas durante os protestos. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se limitou a pedir calma à população e disse que os pais de Michael Brown teriam pedido para que ninguém recorresse à violência. Habitantes de outras cidades norte-americanas também reclamaram nas ruas. A mídia do país fala em 120 municípios passando por ações populares.
O júri do condado de St. Louis decidiu não processar Darren Wilson alegando que não há provas suficientes para isto. O promotor da comarca, Robert McCulloch, afirmou que a justiça encontrou “inconsistências no depoimento das testemunhas” que incriminavam o policial. “Não há dúvida de que Darren Wilson matou. Ele foi o agressor inicial. Mas foi autorizado a usar força letal em autodefesa.”
Michael Brown levou seis tiros disparados pelo agente quando estava ajoelhado e com os braços para o ar. O jovem negro não levava armas, mas, segundo a polícia, teria praticado um assalto a uma loja de bebidas. Em Ferguson, quase 70% da população é composta de negros, mas as autoridades políticas e policiais são majoritariamente brancas, como Darren Wilson.