Uma nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia revelou que Moscou compartilha a opinião da ONU de que lei de saneamento do poder político na Ucrânia violará tanto normas internacionais de direitos humanos quanto o princípio de presunção da inocência. O documento foi divulgado para comentar o último relatório da missão de observadores das Nações Unidas na Ucrânia.
Na opinião dos diplomatas russos, os defensores dos direitos humanos da ONU estão corretos em condenar os inúmeros fatos de perseguição da imprensa pró-Rússia por autoridades e extremistas ucranianos. Segundo o documento, foram registrados diversos casos de ameaças e violência contra políticos oposicionistas e membros de suas famílias durante a campanha das eleições parlamentares na Ucrânia.
A nota destacou ainda que a chancelaria russa concorda com a necessidade de os lados envolvidos no conflito interno da Ucrânia fazerem o possível para alcançar uma solução pacífica da crise no âmbito do direito internacional e com base nos já alcançados acordos de Minsk.
A chamada lei de “saneamento do poder político” na Ucrânia foi aprovada pelo parlamento e pelo presidente do país no início do mês de outubro. O documento ficou conhecido na Ucrânia como a “Lei da Limpeza”, já que propõe rever a permanência de antigos quadros do país no novo governo, visando, em particular, a expulsão de agentes da KGB e da cúpula do Partido das Regiões do aparelho de Estado.
O Primeiro-Ministro ucraniano, Arseni Yatsenyuk, declarou que a ação dessa lei atingirá toda a estrutura da administração pública do país, cerca de 1 milhão de pessoas.