A vitória dos republicanos nas eleições legislativas dos Estados Unidos na terça-feira, 4, não resultará em mudanças significativas nas relações bilaterais entre Washington e Moscou, que permanecerão tensas. Esta é a opinião do diretor-geral do Conselho Russo para Assuntos Externos, Andrei Kortunov.
Segundo ele, "não é necessário exagerar sobre o significado dessas eleições". O especialista argumenta que “no que diz respeito à política externa nos Estados Unidos há consenso bipartidário entre democratas e republicanos e não existem diferenças fundamentais entre as partes. Além disso, os republicanos continuam criticando a potencial candidata à Presidência dos Estados Unidos do Partido Democrata e a ex-Secretária de Estado no primeiro governo de Barack Obama, Hilarry Clinton, por ela ter impulsionado a política de “reinício” das relações com a Rússia”. Kortunov acrescenta que não dá pra esperar iniciativas construtivas em relação à Rússia por parte dos republicanos.
O diretor-geral do Conselho Russo para Assuntos Externos acrescentou que a mudança de direção de comitês no congresso norte-americano, via de regra, leva a uma certa paralização das atividades direcionadas à política externa, mas já é possível prever que Washington adotará uma posição mais dura em relação ao Irã e à China, o que influenciará indiretamente na relação entre os Estados Unidos e a Rússia.
Andrei Kortunov ainda observou que, em termos definição da política externa, tanto os democratas quanto os republicanos partem do pressuposto que a maior ameaça à segurança dos Estados Unidos é a expansão do Estado Islâmico nos territórios do Iraque e da Síria. Além disso, ele observa que a crise ucraniana e o papel da Rússia no conflito continuam sendo prioridades para a política externa norte-americana, que está pronta para reforçar a presença da OTAN na Europa e endurecer as sanções contra a Rússia.