O Primeiro-Ministro japonês, Shinzo Abe, anunciou na terça-feira, 19, que dissolverá a câmara baixa do parlamento na próxima sexta-feira, 21, e convocar eleições gerais antecipadas no país. Muitos analistas acreditam que a medida tem o objetivo político de ofuscar a decisão de adiar o aumento no imposto sobre o consumo, de 8% para 10%, que, pela lei atual, deve acontecer em outubro de 2015.
Adiar a subida do imposto exigiria passar pelo congresso uma nova legislação, o que significaria um desgaste para o governo de Abe. Com a mudança repentina de planos, a oposição poderia endurecer suas críticas e ganhar força entre os eleitores. No entanto, se o premier adiar o aumento do imposto e, em seguida, seu partido vencer uma eleição, ele poderia ganhar o apoio popular e enfraquecer a oposição com uma jogada política.
O partido governista tem ampla maioria na formação atual do parlamento e poderia facilmente manter sua vantagem em uma eleição antecipada, já que a oposição ainda estaria despreparada para a campanha eleitoral. Uma eleição em 2015 ou 2016, ao contrário, poderia ser menos favorável ao partido de Abe.
A decisão do mandatário japonês de adiar em 18 meses a segunda subida do imposto sobre o consumo no país se baseia na percepção de que o primeiro aumento, decretado em abril, contribuiu para levar a economia do país à recessão técnica.