A China defendeu nesta sexta-feira, 14, o seu compromisso de reduzir as emissões de gases do efeito estufa daqui a 15 anos. Em entrevista coletiva, o vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Xie Zhenhua, explicou que o estado da economia chinesa em 2030 ainda é incerto, de modo que, em nome de um princípio de responsabilidade, o país precisa se comprometer com objetivos responsáveis, ou seja, com metas que Pequim seja capaz de cumprir de fato.
O negociador-chefe do lado chinês também informou que o pacto deverá ser aprovado pelos legisladores do Congresso Nacional do Povo para se tornar juridicamente vinculativo. Na quarta-feira, 12, último dia da cúpula da Cooperação Econômica Ásia Pacífico (APEC), China e Estados Unidos alcançaram um histórico acordo de redução das emissões dos gases estufa que pôs fim a anos de desconfiança entre as duas potências globais que mais poluem o meio-ambiente.
Washington se comprometeu a reduzir suas emissões entre 26% e 28% em 2025, em relação aos níveis de 2005. Pequim, por sua vez, prometeu que atingiria o seu nível máximo de emissões em 2030, ou antes, "se possível", para então começar a reduzi-las e a gerar um quinto de sua energia a partir de fontes limpas.
O otimismo sobre o pacto não impediu que alguns especialistas levantassem dúvidas a respeito de sua efetividade prática. No lado norte-americano, por exemplo, o acordo vai exigir reformas legais às quais a atual onda republicana pode se opor. Pelo lado chinês, critica-se o fato de Pequim não ter dado quaisquer indicações sobre os níveis das emissões que o país alcançará em 2030, nem sobre quais setores poderia aplicar os cortes. Além disso, a União Europeia afirma que daqui a 15 anos pode ser tarde demais para evitar níveis desastrosos de emissões poluentes.